sexta-feira, 27 de maio de 2011

Educação coletiva!

          Educação se faz com a participação de todos. O trabalho coletivo é essencial, porém muitas vezes mal atendido em todos os seus aspectos. Como imaginar  a Educação sem a participação conjunta do Estado, da comunidade, da família, dos professores, da equipe gestora, dos funcionários, dos pais  e dos próprios alunos?
          Cada um depende do outro, do trabalho e da integração do outro. Não há como cada um desenvolver-se individualmente.
          O que ocorre, porém, é que o envolvimento eficiente de cada área da Educação é falho e o resultado é o que temos visto rotineiramente: ensino e gestão deficientes, metodologias que não promovem resultados positivos e sociedade à mercê de uma geração de analfabetos lingüísticos  e sociais.
          Podemos, enquanto educadores, promover o melhor ensino, organizar os métodos, desenvolvê-los, interagir com colegas  e disciplinas, mas não obteremos resultados se os outros participantes do Sistema Educacional não fizerem a sua parte.  Basta olhar o caos da Educação no nosso país para vermos o resultado dessa política comportamental.
          Parece-me muito lindo, romântico e  colorido de tons pastéis falar de rotina, organização do trabalho e do tempo, trabalho coletivo, projetos, interdisciplinaridade, participação dos pais e da sociedade, ludicidade e atividades pedagogicamente  corretas.
          Ninguém, porém, fala de palavras tão importantes quanto estas: metas, planejamento e disciplina.
          Nenhum método, trabalho coletivo e pedagogia correta funcionarão se não tivermos a meta de formar cidadãos conhecedores das ciências. Para isso, teremos que deixar de lado, por exemplo,  demagogias que promovem o não constrangimento por notas baixas.
          Teremos que planejar o caminho, provavelmente o tradicional, que sabemos, chegará ao destino e teremos que ter disciplina. Disciplina rígida, do tipo militar, de bater continência, senão, com certeza, não chegaremos ao objetivo final.
          Aos que não quiserem, que fiquem à nossa margem!

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Mineiros Brasileiros no Chile?




Durante a vasta exposição na mídia , em 2010, sobre a tragédia dos mineiros chilenos que ficaram presos após uma explosão na mina de carvão em que trabalhavam, uma amiga minha ficou muito inquieta e preocupada.
Sua mãe, percebendo sua situação, quis logo saber o que houve.
-Ah, mãe... coitados... são todos brasileiros... Como estarão suas famílias, vendo essa situação daqui, tão distantes?
A mãe, sem entender direito a razão daquele comentário, questiona, estupefata;
-Como assim, Carol? Brasileiros?
-Ué, não são todos “mineiros”?

Começa com "Ca"!

Meu sobrinho quando pequeno, com quatro anos, entediado de ficar o dia inteiro dentro do apartamento, inventava brincadeiras todo o tempo. E queria companhia.
Numa dessas vezes, solicitou a presença do tio Marquinhos.
-Vamos brincar, tio?
-Do que?
-De adivinhar “que animal é esse”!
            Ele se referia a um pacote de miniaturas plásticas de todos os tipos  de animais. A brincadeira consistia em vendar os olhos do concorrente, colocar uma daquelas miniaturas nas suas mãos para que o mesmo adivinhasse de qual animal se tratava.
            -Claro, vamos sim, assentiu o tio.
            O jogo seguiu leve e solto até que, após colocar o pequeno objeto na mão do tio e percebendo a sua dificuldade em definir de qual animal se tratava, o pequeno, solícito, deu a dica:
            -É fácil, tio. Começa com “Ca”!
            -Ah, é? Cachorro?
            -Não!
            -Camelo?
-Não!
-Cavalo?
-Não, tio!
-O que é então, Guilherme?
Mais do que depressa, respondeu, maneando a cabeça negativamente:
            -“Ca-ca-lu-ga”!


quinta-feira, 5 de maio de 2011

Vale-alimentação: ganhei uma fortuna!

                              Está quase na hora do almoço, o frio está terrível e eu estou com uma fome daquelas!
                              Mais do que rapidamente, pensei logo em gastar o rico dinheirinho que o Estado deposita em minha conta referente ao vale-alimentação, já que sou professora. (Olha só que profissão legal fui arranjar! )
                              Estava pensando num bom prato de uma comida bem gostosinha para esse dia. Coisa simples,  com gosto de mãe: talvez um pouco de arroz, feijão, macarrão, bife, um legume refogado e uma salada. Nada sofisticado. Algo que deve custar, sem uma bebida para acompanhar, qualquer coisa em torno de R$ 11,00 ou no câmbio de hoje, sete dólares (vamos globalizar esse assunto!). Um marmitex, uma quentinha, sairia por R$ 7,00 ou quatro dólares, se eu quisesse mesmo economizar!
                              Para minha surpresa, meu saldo hoje é de apenas R$ 24,00. E não é somente esse valor porque eu já gastei algum. É o valor total do meu vale-alimentação do mês de Abril.
                              Ora, vejam só:
                              No mês de Abril de 2011 eu trabalhei  nesse emprego 11 dias, das 7 horas da manhã até as 12:20hs, hora da saída e do almoço. Hummmm… que fome!... Para comer o meu feijão com arroz e macarrão eu precisaria de pelo menos  R$ 121,00 depositados em minha conta. Isso deixando de lado um possível cafezinho, o refrigerante e o café da manhã, que nem estou contado, já que comi um pão com manteiga e café em casa mesmo, antes de vir trabalhar. (Como se isso também não devesse estar incluído…)
                              Ah… estava  falando da surpresa que tive: 

                              
Olhem só que fortuna! Vinte e quatro reais!
                              Se eu trabalhei 11 dias em abril, significa que recebi  R$ 2,18 (Dois reais e dezoito centavos) por dia! Não é o máximo???????
                              Ou será o mínino, do mínimo, do mínimo?
                              Acho mesmo que quando o mundo fica sabendo do IDH do Brasil e vê que está melhorando, não deve saber que os professores foram excluídos da pesquisa! Só pode ser, porque além do salário, que é o pior de todos os profissionais que cursaram  qualquer tipo de graduação, esse vale-alimentação indica que vivemos à margem da linha da pobreza.
                              Ou será que qualquer ser humano decente consegue alimentar-se com R$ 2,18 por dia?
                              -To com fome! Já que não dá para comprar nem o marmitex, nem comer no Restaurante do Zé, quero uma coxinha!
-Ih!…não dá! Custa pelo menos, R$ 2,40. Coxinha seca, sem suco nem refrigerante?        Coxinha com refrigerante custa R$ 4,40.
-Pão com mortadela?- R$ 3,50. Não dá!
-Cup qualquer coisa? Aquela sopa de copo? -R$ 2,98.  -E a água para fazer, pega de
onde? Da chuva, ou compra também? Se for comprar, custa R$ 1,00 a garrafinha de 500 ml.
                              É… Acho que se eu sentar na calçada lá da esquina e esperar um pouco, a fome passa.
            Depois, vou andando a pé para casa porque o vale-transporte  acabou no quarto dia do mês, mas essa é uma outra história que ainda vou contar.